Mesmo após o fim de um período de colônias se declarando livres de seus colonizadores, independência ainda é um tema importante na geopolítica e economia mundial – e para o seu bolso. Isto porque os países perceberam que precisam de autossuficiência tecnológica, financeira e energética, o que não é boa notícias para produtores de petróleo e minério de ferro. 

O ouro disputa como um grande vencedor nas novas dinâmicas da geopolítica global. Para esse minério, o cenário atual se configura como uma verdadeira "tempestade perfeita". O primeiro fator é estrutural: “Nos últimos três anos, países orientais têm acelerado a compra de ouro como forma de diversificação em relação ao dólar”, destaca Bruno Cordeiro, sócio e gestor da Kapitalo Investimentos. Esse movimento reflete um esforço para assegurar a independência financeira, como mencionou Landau.

 

 

A crescente demanda de países do Oriente já seria suficiente para gerar otimismo quanto ao futuro dessa commodity. No entanto, um fator sazonal também contribui para essa visão positiva. “Os investidores ocidentais estavam com baixa alocação em ouro, já que o dólar oferecia bons retornos. Agora, com a queda dos juros nos EUA, a busca pelo ouro tende a se intensificar novamente”, projeta Cordeiro.

Embora o pessimismo em relação a algumas commodities seja encarado com naturalidade pelos gestores, eles explicam que é comum que certos materiais percam valor ao longo do tempo à medida que se tornam menos essenciais. No entanto, acreditam que o Brasil é um dos grandes beneficiados pelas mudanças geopolíticas em curso: “Tudo o que a China não tem – como alimentos e petróleo, por exemplo – nós produzimos, e tudo o que nos falta em tecnologia podemos importar deles a preços mais competitivos”, afirma Landau.

Fonte: www.infomoney.com.br/mercados/duas-commodities-devem-superar-petroleo-e-minerio-de-ferro-projetam-gestores/